https://iclfi.org/pubs/icl-pt/2024-acordem
O folheto a seguir foi publicado como um suplemento em espanhol do Spartacist em 7 de maio.
Toda a esquerda está em negação. Milei está avançando com seu plano reacionário para esmagar o movimento dos trabalhadores e vender o país aos imperialistas. Mas a verdade é que ele não enfrenta nenhuma oposição séria. A burocracia sindical está traindo descaradamente nossos interesses: embora organizem manifestações e greves de vez em quando, eles demonstraram claramente que não querem confrontar o governo. Na verdade, eles fizeram o oposto. Seu “Contrato Social” podre com o governo vende os trabalhadores para Milei. Se a trajetória atual continuar, o movimento operário sofrerá uma derrota histórica com consequências catastróficas para toda a América Latina.
Mas a esquerda se recusa criminosamente a mudar o curso dos acontecimentos e a desafiar a atual liderança do movimento operário. Eles podem criticar a burocracia sindical e convocar greves nacionais, mas não buscam mobilizar as bases dos sindicatos para repudiar a traição de suas lideranças e lutar contra a pilhagem nacional.
Essa falência foi vista claramente no Primeiro de Maio. Com argumentos de que a burocracia sindical está totalmente desacreditada e que não há ilusões nela, ou tratando os trabalhadores que vão aos protestos da CGT como se fossem cúmplices das traições de seus líderes, a maioria da esquerda boicotou a manifestação sindical e convocou manifestações “independentes” separadas do grosso da classe trabalhadora. Em vez de oferecer às dezenas de milhares de trabalhadores sindicalizados uma oposição real à burocracia da CGT, a esquerda se isolou em seu próprio castelo. Isso significou deixar a classe trabalhadora nas mãos de sua liderança peronista sem qualquer desafio.
A própria FIT-U não tem ideia de como avançar na luta. Ela comemorou a mobilização maciça em 23 de abril contra a ameaça de fechamento das universidades. Mas no dia seguinte, todos estavam de volta às universidades como se nada tivesse acontecido. Não foram convocadas mais mobilizações ou greves nas universidades. Ninguém tem uma proposta séria sobre como levar adiante a luta para derrotar Milei após a greve de 9 de maio.
A esquerda precisa mudar de rumo com urgência. Ela deve se unir em torno de um plano claro de luta, levar esse plano aos sindicatos e usá-lo para expulsar os atuais líderes traidores. Propomos o seguinte programa:
POR UMA FRENTE DE LUTA CONTRA A PILHAGEM NACIONAL!
- Salários indexados à inflação real!
- Reverter todas as privatizações!
- Repudiar a dívida externa!
- Expulsar Milei!
- Por um governo da CGT, da CTA e da FIT-U!